Os brasileiros estão fazendo na MLS o que fizeram na Europa nas décadas passadas: transformando-a em uma liga mais técnica, dinâmica e global. Para os jogadores, é uma chance de brilhar em um palco crescente; para a liga, uma oportunidade de agregar valor e atrair milhões de fãs no Brasil.
Quando o Los Angeles Galaxy trouxe David Beckham em 2007, a MLS deu seu primeiro passo para se tornar uma liga global. Hoje, porém, é o talento brasileiro que está redefinindo o futuro do futebol norte-americano.
De jovens promessas a técnicos visionários, os brasileiros não apenas elevam o nível técnico da liga, mas também ajudam a construir pontes culturais e mercadológicas entre os dois países.
Os Pioneiros: De Kaká a Juninho, a semente da revolução
Antes da explosão de astros sul-americanos, nomes como Kaká (Orlando City, 2015-2017) e Juninho Pernambucano (LA Galaxy, 2013-2015) pavimentaram o caminho. Kaká, ex-Bola de Ouro, chegou como um dos primeiros Designated Players (DPs) de alto perfil, atraindo holofotes internacionais. Embora sua passagem tenha sido curta, ele provou que a MLS poderia ser um destino viável para estrelas em fim de carreira.
Já Juninho, ex-Lyon, trouxe experiência europeia e liderança técnica, ajudando o LA Galaxy a vencer a MLS Cup em 2014. Esses pioneiros abriram portas para uma geração que viria não apenas para brilhar, mas para transformar a liga.
Estratégia de Mercado: negócios bilionários e visibilidade global
A aposta em brasileiros não é só esportiva: é um plano de negócios. O modelo é simples: comprar jogadores jovens, desenvolver na MLS e revender para a Europa com lucro.
O sucesso dessa estratégia já aparece nos números:
· Em 2023, a MLS tinha 32 brasileiros em seus elencos, segundo o MLS Official Site, um aumento de 45% desde 2020.
· Transmissões de jogos da MLS no Brasil cresceram 30% na ESPN Brasil após a chegada de cada vez mais jogadores brasileiros. Além disso, a presença de craques brasileiros ajuda a atrair patrocinadores sul-americanos. Em 2022, a Brahma tornou-se parceira oficial do New York City FC, em parte graças à torcida brasileira local.
Desafios: Adaptação, pressão e o sonho Europeu
Nem tudo são flores. Muitos jovens enfrentam dificuldades de adaptação cultural e excesso de expectativas. Thiago Andrade (ex-NYCFC), por exemplo, teve desempenho irregular em 2022, sendo emprestado ao Bahia em 2023. Outros, como o lateral Gabriel Pereira (NYCFC), demoraram a se ajustar ao físico do futebol americano.
Ainda assim, a MLS oferece vantagens únicas:
· Salários competitivos
· Exposição em um mercado que valoriza o entretenimento e a diversidade.
O Futuro aponta para uma Liga cada vez mais Verde-Amarela
A tendência é clara: a MLS quer se tornar uma ponte entre a América do Sul e a Europa, e os brasileiros são peças-chave. Se por um lado, vamos ver mais jovens talentos saidno cedo do Brasil, por outro, um mercado do tamanho do norte-americano, pode render bastante dinheiro aos cofres dos clubes brasileiros que fazem um bom trabalho na base.
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